O Penfigóide gestacional é uma doença bolhosa rara, de origem autoimune, que surge na gravidez. Também conhecido como Herpes gestacional devido à característica das bolhas, a doença não tem nenhuma relação com o vírus do herpes.

O fator responsável pelo desencadeamento da doença permanece incerto, mas suspeita-se que decorre de alguma alteração imune relacionada com a placenta. Também é descrita a associação da doença com tumores como a mola hidatiforme e o coriocarcinoma.

O penfigóide gestacional se inicia na fase tardia da gravidez (2º ou 3º trimestres) ou logo após o parto, com o surgimento de erupção cutânea acompanhada de muita coceira.

Geralmente, a erupção inicia-se na região periumbilical e se espalha atingindo o abdomen, tronco, nádegas e membros. A doença não afeta a face, as palmas das mãos e as plantas dos pés, nem as mucosas.
Na pele, formam-se pápulas (lesões elevadas) e placas avermelhadas semelhantes às da urticária que evoluem para a formação de vesículas (pequeninas bolhas) e bolhas tensas. Estas, quando se rompem, deixam feridas escoriadas que dão origem à formação de crostas.

Logo após o parto, é possível ocorrer uma exacerbação dos sintomas, mas, como regra geral, eles tendem a diminuir após a gravidez e, usualmente, a doença regride de forma espontânea dentro de algumas semanas ou meses.

O penfigóide gestacional pode reaparecer em futuras gestações ou com o uso de contraceptivos orais (pílula), principalmente os que contém progesterona.

O tratamento busca aliviar a coceira intensa e interromper o surgimento das bolhas. É feito com medicamentos antihistamínicos por via oral e com corticosteróides de uso tópico. Nos casos mais graves, pode ser necessária a administração de corticosteróides também por via oral. As dosagens devem ser determinadas pelo médico dermatologista de acordo com cada caso.